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Análise: A hegemonia no carnaval de São Paulo em 10 anos


Zanone Fraissat/Folhapress

No carnaval é sempre aquela história, quem ganha hoje, pode amargar duras posições nos anos posteriores, seja pela administracão, pela falta dos recursos financeiros, ou pelo uso excessivo dele acarretando em dívida. Aqui irei fazer uma análise das classificações, novas entidades e rebaixamentos de grandes escolas do carnaval de São Paulo.

São Paulo

O ano era 2012, naquela época, início da segunda década do século 21, a hegemonia dos desfiles das escolas de samba de São Paulo era bem clara, pra ganhar o carnaval era preciso ganhar da Mocidade Alegre, eram o que diziam os especialistas, a escola começou um período de “papa títulos” nesse mesmo ano, levou nessa mesma década um tricampeonato sem contestação, de pura arte e emoção com 3 desfiles impecáveis. Quem também seguia ali na cola para conquistar a taça eram também 2 grandes escolas, Rosas de Ouro e Vai-Vai, por vezes uma ou outra escola surpreendia e chegava entre as favoritas, mas essas duas em especial, ganhavam as manchetes pós carnaval como as grandes favoritas. Por outro lado, na parte de baixo da tabela era difícil para escolas como a tradicional Camisa Verde e Branco e Pérola Negra, que deixaram a elite do carnaval paulistano para dar lugar a outras 2 escolas que viriam a despontar o favoritismo nos próximos anos, a Acadêmicos do Tatuapé e Dragões da Real.


Depois do histórico tricampeonato da Mocidade, a escola começou a experimentar outras colocações, foi de vice em 2015 para um 8º lugar em 2019, se recuperando nos resultados em 2020 e 2022, esse último onde foi vice novamente.

Em 2016 começavam a ser traçados outros rumos do carnaval, as favoritas começaram a mudar, surgiam outras potências do samba, entre elas, Império de casa Verde, Dragões da Real, Mancha Verde e acadêmicos do Tatuapé, sendo a última a grande favorita entre 2016 e 2020, desses levando 2 títulos e 1 vice. Já a Mancha ainda vem saboreando o gosto de ser campeã e favorita, a escola experimenta o melhor momento, com uma ascensão que veio em 2018 e que ainda está um pouco distante de acabar. Enquanto a Dragões da real, esteve mais próxima de um título por 2 vezes, e que não veio com bons resultados nos 2 últimos anos.


Enquanto isso, em 2020 surgia mais uma campeã inédita, a Águia de Ouro conquistou o único título da escola em um desfile impressionante, e sem muito favoritismo venceu falando de educação, com um dos carros representando a explosão da bomba atômica de Hiroshima.


Outras escolas que também tiveram dias de glória no início e até metade da década, mas que atualmente buscam seu lugar ao sol é a Nenê de Vila Matilde que fez grandes carnavais, um deles homenageando a atriz Claudia Raia em 2016, no ano seguinte caiu de divisão e acabou ficando por lá mesmo. A Vai-Vai, tradicional escola do bexiga e uma das mais antigas do Brasil, também teve seu momento em 2015, quando ganhou a disputa e levou o último título para a escola, depois do ano de 2019 a escola sofreu um duro golpe com o rebaixamento e lutou pra buscar seu lugar no especial, e mesmo conseguindo, foi rebaixada novamente em 2022, um momento triste para a história da escola de 92 anos. Outra Instituição marcante e de tradição a Unidos do Peruche, fez uma breve passagem pela elite em 3 anos consecutivos, mas também acabou não segurando a nível que o grupo exige e hoje amarga o acesso II de SP.

Entre idas e vindas ainda tivemos estreias e reestreias na pista do Anhembi, escolas que antes esquecidas no acesso I, passaram a disputar com as grandes no carnaval, Independete Tricolor (2018) Colorado do Brás (2019), Barroca Zona Sul (2020) abriram o carnaval na 1º noite em seus anos de ascensão, sendo que as duas últimas conseguiram permanência, onde não desfilavam a muitos anos. Por fim, 10 anos é muito tempo e nem todas as escolas conseguiram acompanhar essa evolução, quem disputavam as primeiras posições lá atrás eram, Mocidade Alegre, Vai-Vai e Rosas de Ouro. Hoje em dia podemos colocar umas 5 escolas, mas jogando 3, eu poderia dizer que Mancha Verde, Mocidade Alegre e Tatuapé, que sem os problemas de alegoria em 2022, teria disputado novamente pela ponta da tabela.


Carnaval é isso, se ganha na pista com garra, força, e muito trabalho. Eu acredito que daqui a 10 anos pode surgir outra grande escola que possa disputar a soberania do carnaval, entre elas a Mocidade Unida da Mooca que vem mostrando grandes trabalhos nos últimos anos.

E daqui a 10 anos, como será a disputa pela soberania da festa paulistana para você? comente.

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